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    Saiba o que vai impactar as finanças do seu negócio até o final do ano


    Por: philos atendimento

    21/06/2022 às 23h04
    Chegando ao fim do primeiro semestre, a expectativa para os próximos seis meses é de que a atividade econômica siga perdendo força. Além do fim dos estímulos à renda, os juros mais altos devem refletir negativamente no crescimento do país

    Volta e meia o aumento da inflação gera incertezas, paralisa investimentos e impacta decisões. Em um desestímulo ao crescimento econômico, os preços de alimentos, combustíveis e outros itens essenciais colocam em risco a receita mensal de pessoas físicas e jurídicas.

    O índice oficial de inflação acumula 12,13% em 12 meses terminados em maio, o que corroí não só a capacidade de consumo, mas também as aplicações financeiras que renderam menos que esse percentual.

    Uma vez que os rendimentos não acompanham a inflação, o recurso pode não ser suficiente para tornar o orçamento mais eficiente. Em alguns casos, o lojista restringe seu olhar apenas para o que está acontecendo dentro da empresa e não se atenta a acompanhar os movimentos da economia e entender o que isso significa.

    Chegando ao fim do primeiro semestre do ano, a expectativa para os próximos seis meses é de que a atividade econômica siga perdendo força. Além do fim dos estímulos à renda, os juros mais altos devem impactar negativamente o crescimento do país, segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

    Ainda de acordo com Gamboa, a Selic elevada piora as condições do crédito e diminui a disponibilidade de financiamento no mercado. Isso, somado ao desemprego elevado e à queda no poder aquisitivo das famílias, complicam a situação financeira das empresas.

    Embora a movimentação desses índices nem sempre seja previsível, acompanhar suas evoluções pode dar pistas sobre o que fazer ou não no seu negócio no próximo semestre.

    1 – O QUE A SELIC TEM A VER COM O SEU NEGÓCIO?

    O órgão responsável por mexer na Selic é o Banco Central e essa é considerada a taxa básica de juros da economia, que influencia várias outras. Portanto, quando ela sobe ou desce, impacta os juros de outros itens, como empréstimos, cartão de crédito, financiamentos e afins.

    A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, se reúne e decide se a taxa vai subir, cair ou ficar igual. O motivo principal para se mexer na taxa Selic é controlar a inflação, já que ela mexe com os juros do mercado todo.

    Dessa forma, essa alteração tem o poder de fazer o consumo aumentar ou diminuir. Na última reunião do Copom, em 15/06, a Selic foi elevada em 0,5 ponto, chegando a 13,25% ao ano.

    Para o seu bolso, isso significa que vai ficar mais caro ter acesso ao crédito – empréstimos, parcelamentos e os juros em geral sobem quando a Selic aumenta.

    Para quem tem alguma quantia investida em aplicações de baixo risco, o investimento pode render mais – isso porque elevar a Selic também aumenta os juros desses investimentos, puxando os rendimentos para cima.

    Gamboa explica que as mudanças na taxa de juros acontecem porque a economia não é estável e é preciso adequá-la ao cenário para que exista um equilíbrio, garantindo que o dinheiro continue circulando.

    Ao aumentar a Selic, o Banco Central tem como objetivo restringir o consumo e, assim, desacelerar a economia, impedindo que a inflação dispare. Por outro lado, ao baixar a Selic, tem como objetivo estimular o consumo e aquecer a economia, diz o economista.

    O mercado financeiro projetava que a Selic terminaria o ano de 2022 em 13,25%, seu atual patamar. Mas o Copom já deixou no ar a possibilidade de novos aumentos da taxa.

    2 – INFLAÇÃO EM ALTA

    Alinhada com a Selic, a inflação é a variação de preços dos produtos e serviços. É natural que ela exista, mas para que não prejudique em excesso o poder de compra das pessoas, há uma meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

    Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumula 4,78% no ano até maio. A previsão do mercado é que o índice termine o ano perto dos 9%, bem acima da meta estabelecida para 2022, de 3,5%, com margem de 1,5 ponto (podendo variar de 2% a 5% em seus limites).

    O empresário sente os efeitos dessa realidade inflacionária de duas formas, de acordo com Gamboa. A primeira delas é a alta de preços dos produtos comprados para formar os estoques. E o problema é que em setores altamente competitivos, nem toda alta pode ser repassada aos consumidores.

    O resultado disso é um achatamento das margens, que significa que o negócio começa a perder rentabilidade.

    Na outra ponta, o economista lembra que há uma queda no poder de compra dos clientes, e ocorre uma redução nas vendas, pois dentro dessa lógica, os clientes passaram a pesquisar mais os preços e a buscar alternativas mais baratas de consumo.

    3 – CONTRATOS DE ALUGUEL

    A oscilação da inflação e da Selic nos leva a um outro índice importante, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), um outro índice de medição de preços que serve como parâmetro para os contratos de aluguel.

    Ao alugar um imóvel, é bem provável que exista uma cláusula no contrato dizendo que o valor do aluguel será reajustado pelo IGP-M. O problema é que esse índice tem subido mais do que a inflação oficial.

    O IGP-M já acumula 7,54% no ano, até maio, e 10,72% em 12 meses. Influenciado pelo dólar e pelo preço das commodities, esse índice é composto por outros indicadores do mercado, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

    Gamboa destaca que a lei permite que, no momento de celebrar o contrato, se determine um índice. “O IGP-M é o padrão, mas se as partes concordarem, é possível definir IPCA, por exemplo, que é a inflação oficial”, diz.

    “Pode não parecer, mas essa base [o IGP-M] não é boa para ninguém. O proprietário não vai conseguir alugar pelo forte reajuste precisará fazer, e isso cria um desgaste para inquilinos, que precisam negociar ou buscar outro imóvel com preços melhores”.

    Tiago Galdino, CFO do Imovelweb, reforça a importância de entender a diferença entre os dois indexadores – IPCA e IGPM – antes de tomar qualquer decisão.

    O executivo explica que o IGP-M é um indicador muito mais volátil que o IPCA, já que está conectado ao dólar, deixando o valor do aluguel refém de qualquer impacto que possa ocorrer no mercado.

    E embora a alta do IPCA chame atenção, é importante lembrar que qualquer movimentação na economia internacional interfere diretamente no IGP-M, fazendo com que o índice varie mais. Logo, quem assumiu um contrato de 12 meses de aluguel, não conseguirá negociar durante esse período.

    Há um projeto de lei encaminhado à Câmara dos Deputados que prevê que o reajuste para imóveis residenciais e comerciais não ultrapasse o IPCA. Sendo aprovado ou não, é importante saber essa informação na hora de negociar seu aluguel.

    4 – DESEMPREGO E MEDIDAS EMERGENCIAIS

    Pouco mais de dois anos após o início da pandemia, a situação financeira dos brasileiros ainda é difícil. São mais de 11 milhões de desempregados, segundo o IBGE.

    As vendas no varejo, principal indicador do gasto das famílias, subiram 0,9% em abril na comparação mensal, segundo o IBGE. Trata-se do quarto mês consecutivo de alta, entretanto, o crescimento entre as categorias ainda é muito desigual, alerta o economista da ACSP.

    Artigos farmacêuticos (+17%), material de construção (+9,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+7,3%) tiveram alta, enquanto outros ainda estão abaixo do patamar pré-pandemia: equipamentos e material de escritório (-11,7%), móveis e eletrodomésticos (-10,7%) e tecidos, vestuários e calçados (-8,6%).

    “Isso nos indica que os consumidores estão demonstrando cautela nos gastos. A oportunidade, muito provavelmente, está em oferecer opções que atendam às necessidades desta nova mentalidade de consumo”, diz Gamboa.

    Para tentar estimular o consumo, o governo federal editou algumas medidas. Assim com em 2020 e no último ano, foi reeditado em 2022 o Auxílio Emergencial, que neste mês de junho tem como foco os homens inscritos no programa ainda em 2020 e que se consideram pais solteiros.

    Esse também é o terceiro ano que o governo federal decide pela antecipação do 13º salário para pessoas beneficiárias do INSS. Tem ainda a liberação do saque ao FGTS.

    Independentemente do cenário de momento, é fundamental que os empresários busquem olhar para as trajetórias de médio e longo prazo que se desenham. Ter a compreensão dos indicadores básicos da economia listados acima ajuda nessa tarefa. “Conhecendo bem os índices, o empresário consegue se planejar, até se antecipar e, principalmente, tomar as decisões necessárias bem consciente”, afirma Gamboa.

    Por Diário do Comércio

    IMAGEM Freepik